
Depois de todo (bom) estrago causado pelo disco de estréia, o "Definitely Maybe" e do espetacular single "Some Might Say", o Oasis ia vir com "Roll with It", o segundo extrato de seu novo álbum, "(What's the Story Morning Glory)", que sairia em outubro para mudar a história da música pop. Do outro lado do ringue, o Blur iria lançar o espetacular single "Country House". A banda de Damon Albarn tinha acabado de vender dois milhões de cópias só no Reino Unido como o álbum "Parklife" e a expectativa para o novo CD, "The Great Escape", que sairia em setembro, era gigante. Quando a segunda-feira de lançamento dos singles chegou, praticamente todos os jornais e rádios e TVs na Inglaterra cobriram a chamada "batalha" pelo "single of the week", pela corrida ao número 1 das paradas.E o Blur ganhou! Em cinco dias foram 274 mil cópias de "Country House" contra 218 mil de "Roll with It", só na Inglaterra. A semana seguinte a repercussão do resultado ainda dominava as notÃcias dos jornais e TV. O bacana diário "The Sun" conseguiu um furo espetacular, entrevistando em Manchester a mãe dos Gallagher. Estava na manchete principal algo assim: "A música do Blur é alegre. Dá para acompanhar batendo o pé". Na época, o Blur era mesmo umas três vezes maior que o Oasis, em fama. E "Country House" era definitivamente talvez mais legal que "Roll with It". A música foi a primeira do Blur a atingir o número 1 da parada de singles. O clipe, divertidÃssimo, foi dirigido pelo famoso artista plástico britânico Damien Hirst. O Blur estava com tudo e Damon Albarn virou o rei da Inglaterra. Mas, se o Blur ganhou aquela batalha, o Oasis venceu a guerra. O Blur era uma banda mais "esperta", inteligente. Art rock, direto da universidade. Os irmãos do Oasis eram mais "simplórios", de rua. Povão, mesmo. Se isso fez alguma diferença num primeiro momento a favor do Blur, a história ia logo mostrar o contrário. Coisa de dois meses depois saiu o "Morning Glory", dos Gallagher. E a Inglaterra, polÃtica e socialmente, nunca mais foi a mesma a partir dali. Em meio a guerra Blur x Oasis, uma incrÃvel coincidência foi logo apontada. Um dos versos de "Country House", do Blur, dizia: "He's got morning glory/ And life's a different story".
[Melhores momentos]
O site da BBC publicou os melhores momentos do britpop em 1995. E foi isso que saiu.
1- PJ Harvey no Glastonbury: foi histórica a apresentação da moça no palco Pyramid do Glastonbury daquele ano, cantando músicas do álbum "To Bring You My Love" e vestida de casaquinho rosa e, por baixo e à mostra, um sutiã preto.
2- Blur em Mile End: Damon Albarn estava com tudo e passava a tocar em estádios, graças ao sucesso do álbum anterior, o genial "Parklife", mais britânico que um pub.
3- Capa do single do Supergrass: O Supergrass lançaria em julho seu primeiro single, a ótima "Caught by the Fuzz". A capa era o ator Hugh Grant em um daqueles retratos de polÃcia com os números no peito. O ator galã tinha acabado de ser preso pela polÃcia de Los Angeles por ser pego na rua "for his solicitation of Divine Brown's oral services". Divine Brown era uma prostituta angelina que ficaria famosa depois do episódio. Foi o escândalo do ano. Grant era noivo, à época, da lindaça Liz Hurley. Os advogados de Grant conseguiram mudar logo a capa do single do Supergrass.
4- "Common People", do Pulp: um dos maravilhosos hinos do britpop. Música teatral, guardadas as gigantes proporções uma espécie de "Eduardo e Mônica" britânica (hehehe). A letra, de um carinha "comum" tentando se relacionar com uma menina "filha de papai" que sonhava em ser uma menina... "comum".
5- "Acquiesce", Oasis: quem acompanhou a banda dos Gallagher desde o começo sabe que ela é talvez tão famosa pelos seus singles do que pelos discos. "Acquiesce" não saiu em CD de estúdio. É um mero lado B do single "Some Might Say". Mas não a impede de ser uma das canções mais legais da história da música inglesa.
6- O álbum beneficente "Help!": O britpop reunido em 20 faixas para ajudar a instituição Warchild, que promovia eventos em benefÃcio das sofridas crianças da guerra dos bálcãs, na antiga Iugoslávia. Tinha Oasis, Radiohead, Stone Roses, Portishead, Massive Attack, Suede, Charlatans, Manic Street Preachers...
7- CD "Grand Prix", do Teenage Fanclub: a banda britânica com o maior sotaque de rock americano. Até parceiro de turnê do Nirvana eles foram. Neste CD, eles fazem o crossover mais interessante de grunge (vá lá) e britpop.
8- pub The Good Mixer: graças à patronagem do Blur e de uma outra banda de britpop, a pequena Menswear, esse pub no norte de Londres virou o epicentro do britpop. Todo mundo da cena ia lá e eram tocados lá.
9- CD "The Bends", do Radiohead: enquanto o Britpop olhava só para o próprio umbigo e para a briga Blur e Oasis, o Radiohead lançava o fenomenal "The Bends" e ia fazer grande sucesso em turnê pelos EUA.
*Texto extraÃdo da Folha Online, assinado pelo Lúcio Ribeiro.
Vamos destacar três momentos: "Morning Glory" do Oasis, o auge do Blur e "The Bends" do Radiohead.
_______________x_______________
(What's The Story) Morning Glory? (02/10/1995)
Liam Gallagher (vocais)
Noel Gallagher (guitarra, vocais)
Paul "Bonehead" Arthurs (guitarra) - saiu 1999 - entra Gem Archer
Paul McGuigan (baixo) - saiu em 1999 - entra Andy Bell
Tony McCaroll (bateria) - saiu em 1994 - entra Alan White
Em meados de 1995, no Ãnicio das gravações do próximo álbum, "(What's the Story) Morning Glory ?", o baterista Tony McCaroll foi afastado da banda, após uma briga com os irmãos Gallagher. Ele foi substituÃdo por Alan White. Eles continuaram as gravações e em 1995 lançaram seu segundo álbum. Ao passo que "Definitely Maybe" trouxe o Oasis à tona do cenário musical britânico, Morning Glory foi o álbum que transformou o grupo num sucesso em proporções mundiais, apesar da pouca importância dada pela crÃtica quando do lançamento. Nesta época, a mÃdia britânica criou um clima de rivalidade entre o Oasis e seus "colegas" de britpop, o Blur. Embora esta rivalidade tenha sido majoritariamente ficcional (apesar de Noel Gallagher ter declarado, certa vez, que gostaria que os membros do Blur Damon Albarn e Alex James morressem de AIDS), ela ajudou no desenvolvimento comercial de ambas as bandas. Em agosto de 1995, Blur e Oasis realizaram o lançamento de seus respectivos singles na mesma data, como numa espécie de "concorrência" entre os grupos. Talvez pelo seu preço agressivamente baixo (0,99 libras vs. 1,99 libras), o single do Blur, "Country House", foi mais vendido que o do Oasis, "Roll With It": 274.000 cópias vendidas contra 216.000, naquele dia. No longo prazo, todavia, o álbum "(What's the Story) Morning Glory?" foi mais vendido que o do Blur, "The Great Escape", e foi considerado como o álbum definitivo da era do Britpop.

01. Hello
02. Roll With It
03. Wonderwall - MP3
04. Don't Look Back In Anger - MP3
05. Hey Now!
06. Some Might Say
07. Cast No Shadow
08. She's Electric
09. Morning Glory
10. Champagne Supernova
A foto acima é capa do disco sem o até então logo do Oasis e o nome dele "(What's The Story) Morning Glory?". Mas também nem precisa.
*Outros canções
D'You Know What I Mean - MP3
Live Forever - MP3
Sunday Morning - MP3
Stop Crying Your Heart Out - MP3
I Can See A Liar - MP3
Stand By Me - MP3
I'm Only Sleeping (The Beatles Cover) - MP3
Little By Little - MP3
Whatever (acústico) - MP3
Wonderwall (acústico) - MP3
Live V2005
The Importance Of Being Idle - MP3
Cigarettes And Alcohol - MP3
Morning Glory - MP3
_______________x_______________
"Parklife" (03/1994)
Damon Albarn (vocais, instrumentos diversos)
Alex James (baixo)
Dave Rowntree (bateria)
Graham Coxon (guitarra) - saiu em 2002 - infelizmente
1994 foi um ano que trouxe à s paradas britânicas “coisasâ€� como Take That, Enigma e uma colaboração de Elton John com Ru Paul. Mas foi também o ano em que Björk e Beck começaram a fazer sucesso. Neste clima, em março, o Blur lançou o que viria a ser sua obra de arte – "Parklife" – que incluÃa uma setlist perfeita de "Girls & Boys", "Tracy Jacks", "End of a Century", "Parklife", "Bank Holiday", "Badhead", "The Debt Collector" (marchinha alemã instrumental), "Far Out" (belÃssima peça de psicodelismo nonsense), "To The End", "London Loves", "Trouble in the Message Center", "Clover Over Dover", "Magic America", "Jubilee", "This is a Low" e "Lot 105". Fato curioso do álbum foi seu lançamento, que se deu em uma corrida de cachorros tida como o maior desastre de toda a história do esporte na Inglaterra. A imprensa logo qualificaria o álbum de clássico e o disco logo entraria nas paradas como número 1. Com a exceção das faixas 7 e 8, que têm seu mérito mais musical que literário, todas as outras letras têm uma sagacidade incomum à sua geração e poderiam facilmente passar por textos aleatórios de alguma coletânea do LuÃs Fernando VerÃssimo deles. Momento raro na história tanto da música inglesa quanto da mundial, a perfeita associação entre música e texto de "Parklife" ainda seria mantida parcialmente no próximo álbum do Blur, "The Great Escape", mas logo seria engavetado e ficaria reservado para situações especialÃssimas, como "Beetlebum", "No Distance Left to Run" e "Tender". Recentemente o guitarrista Graham Coxon saiu da banda (temporário ou definitivo não é uma questão ainda respondida), para um infeliz demérito da qualidade da banda – que, apesar de tudo, ainda é superior à maioria do que se ouve em emetevês por aÃ. Deve ser este o problema de se chegar ao auge cedo na carreira. Logo você acaba sendo desqualificado como “apenas uma ótima bandaâ€� depois de atingir a perfeição.

01. Girls And Boys - MP3
02. Tracy Jacks - MP3
03. End Of The Century - MP3
04. Parklife - MP3
05. Bank Holiday - MP3
06. Badhead - MP3
07. Far Out - MP3
08. To The End - MP3
09. London Loves - MP3
10. Trouble On The Message Centre - MP3
11. Clover Over Dover - MP3
12. Magic America - MP3
13. Jubilee - MP3
14. This Is A Low - MP3
*Produtores do Parklife: Stephen Street,Stephen Hague, John Smith e Blur
*Outras canções
Out of Time - MP3
It Could Be You - MP3
Song 2 - MP3
_______________x_______________
"The Bends" (1995)
Thom Yorke (vocais, guitarra/violão)
Jonny Greenwood (guitarra, vocal, piano, órgão, xilofone, outros)
Ed O'Brian (guitarra, vocal, instrumentos eletrõnicos diversos :mesmo:)
Colin Greenwood (baixo)
Phil Selway (bateria)
The Bends foi lançado em 1995 e esses oito anos de descanso acabaram derrubando por terra muitos dos conceitos absolutos da época. Nem o sucessor de "Pablo Honey" (o disco de estréia), nem a maior revolução da história musical (alguém falou "Ok Computer"?). The Bends acaba funcionando como um intermediário que transformaria a transição "Pablo Honey-Ok Computer" em uma suave rampa, ao invés do agudo degrau que poderia parecer. Pop perfeito com dosagem exata de baladas assobiáveis, guitarras distorcidas e complexidade melódica. Em nenhum outro momento a banda (e em pouquÃssimas ocasiões a música como um todo) viria a apresentar tanta perfeição como naquele disco. A exemplo do que os Beatles fizeram com "Revolver", o Radiohead já bradava ali aos quatro ventos que não era estanque, que recusava a acomodação. Como não sorrir à mera menção de uma melodia perfeita como a de "Street Spirit"? Como não grudar na cadeira com os espasmos distorcidos de The Bends?
01. Planet Telex - MP3
02. The Bends - MP3
03. High & Dry - MP3
04. Fake Plastic Trees - MP3 / MP3
05. Bones - MP3
06. (Nice Dream) - MP3
07. Just - MP3
08. My Iron Lung - MP3
09. Bulletproof.. I Wish I Was - MP3
10. Black Star - MP3
11. Sulk - MP3
12. Street Spirit (Fade Out) - MP3
"Outras canções
Creep - MP3
Creep (Acoustic) - MP3
2 + 2 = 5 - MP3
Karma Police - MP3
Paranoid Android - MP3
There There - MP3